
José Bispo Clementino dos Santos
( 1913 à 2008 )
A obra de Jamelão.
Nasce no dia 12 de maio no bairro de São Cristovão.1928 – Entra na bateria da Mangueira como ritmista.
Década de 1930 – Começa a cantar em gafieiras da Zona Norte carioca.1945 – Ganha o primeiro prêmio no programa de rádio Calouros em desfile de Ary Barroso com a interpretação de “Ai, que saudades da Amélia” (Ataulfo Alves e Mário Lago).
1949 – Registra suas primeiras gravações em 78 rotações, o calango “A jibóia comeu” (Antenógenes Silva e J. Correia da Silva) e o samba “Pensando nela” (Antenógenes Silva e Irani de Oliveira). É oficializado como o intérprete de sambas-enredo da Mangueira.
1951 – Participou do histórico duelo musical entre as orquestras de Severino Araújo (Orquestra Tabajara) e Tommy Dorsey no estúdio da Rádio Tupi.
A big band brasileira venceu a batalha e Jamelão era seu crooner.1952 – Novamente como crooner da Orquestra Tabajara viajou para França para cantar em uma festa promovida por Assis Chateaubriand e pelo estilista francês Jacques Fath, no castelo de Coberville, nos arredores de Paris.
A festa marcou a apresentação do algodão brasileiro para a alta-costura européia.
capa do disco "O samba é bom assim" .
1956-1987: Os primeiros sucessos e Lupicínio Rodrigues
1956 – Grava seu primeiro grande sucesso, “Folha morta” (Ary Barroso), e ainda ganha destaque pelo samba “Exaltação à Mangueira” (Enéias Brito e Aluísio Augusto da Costa).
No mesmo ano grava pela primeira vez uma composição própria, “Cansado de sofrer”.
1958 – Grava seu primeiro LP, Samba em noite de gala, pela gravadora Continental.
1959 – Pela primeira vez grava uma composição do gaúcho Lupicínio Rodrigues (“Ela disse-me assim”) e o resultado é mais um sucesso e uma associação direta e eterna entre compositor e intérprete.
1960 – Revela o sambista baiano Batatinha ao gravar a maliciosa “Jajá da Gamboa”.
1968 – Entra para a ala de compositores da Mangueira.
1972 – Depois de anos gravado espaçadamente composições de Lupicínio Rodrigues, Jamelão dedicada um LP inteiro ao seu cancioneiro, Jamelão interpreta Lupicínio Rodrigues (Continental), acompanhado da Orquestra Tabajara.
1987 – Volta a gravar um disco inteiro com músicas de Lupcínio Rodrigues, Recantando mágoas - Lupi, a dor e eu (Continental).
capa do disco "Jamelão canta para enamoradas",de 1977
1990 até os dias atuais:
Mais prêmios, samba e a Mangueira para sempre1990 – Antes do Carnaval anuncia o fim de sua carreira como intérprete de sambas enredo e durante seu último desfile passa mal com problemas de pressão e febre alta, mas consegue terminar o desfile. Mas sua paixão pela Mangueira não tem limites e no ano seguinte volta a levar sua escola de samba do coração.
1994 - Pela primeira vez na história da Mangueira, Jamelão dividiu a interpretação de um samba-enredo, ao gravar com Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia a música de sua Escola no disco com os sambas das escolas do Grupo Especial daquele carnaval. Motivo: o samba “Atrás da Verde-e-Rosa só não vai quem já morreu” era uma homenagem aos doces bárbaros baianos e a idéia de reuni-los foi do vice-presidente da Mangueira na época, o percussionista e compositor Ivo Meirelles (Funk’n’Lata).
1997 – É lançada pela gravadora Continental uma coletânea com três CDs que cobrem o que melhor Jamelão fez em seus muitos anos de casa. O título, Jamelão, a voz do samba.
1998 – Recebe seu quinto estandarte de ouro como melhor intérprete de samba enredo no Carnaval carioca e participa do CD Chico Buarque da Mangueira. O compositor Chico Buarque foi tema do samba-enredo que levou a Mangueira ao seu 17º título.
1999 – Foi eleito como o intérprete do século do carnaval carioca por mais de 80 jurados do Rio e São Paulo.
2000 – É lançado o CD Volta à gafieira (Atração) reunindo gravações da extinta gravadora Continental reunindo no mesmo salão Ângela Maria, Noite Ilustrada, Isaura Garcia, Orquestra Tabajara, Leonel e seu Conjunto, Moreira da Silva e o tenor do samba, Jamelão.
2001 – É eleito presidente de honra da Mangueira (cargo máximo da escola). No mesmo ano recebe das mãos do Presidente Fernando Henrique Cardoso a Medalha da Ordem do Mérito Cultural.
2003 – Entre as inúmeras festas que comemoraram seus 90 anos, Jamelão foi homenageado no Prêmio Rival BR de Música Brasileira com um show que reuniu nomes como Nana Caymmi, Elza Soares, Zeca Pagodinho, Zélia Duncan, Luiz Melodia, e o grupo vocal As Gatas (mas o homenageado não compareceu a festa por problemas de saúde). No mesmo ano grava seu 24º álbum (entre LPs e CDs), Cada vez melhor (Obi Music), numa carreira discográfica que conta ainda com cerca de 55 discos em 78 rotações.
Em 14/06/2008 morre aos 95 anos com infecção generalizada em uma clínica no Rio de Janeiro.
O Brasil perdeu um de seus maiores nomes da música popular brasileira.
"A marquês de sapucaí nunca mais será a mesma."